É considerada arquitetura sustentável toda forma de arquitetura que leva em consideração formas de prevenir o impacto ambiental que uma construção pode gerar.
Surgida pelos anos de 1970, a arquitetura sustentável preconiza que uma construção deve alterar minimamente o meio ambiente em que está inserida. Utilizando a maior quantidade possível de elementos de origem natural e garantindo um aproveitamento racional dos recursos necessários para iluminar e ventilar os ambientes; de forma a reduzir os desperdícios nessas áreas. Além disso, a arquitetura sustentável deve preocupar-se com o uso de materiais certificados e que venham de fornecedores legalmente estabelecidos e que professem as mesmas crenças em relação a diminuição dos impactos ambientais e das emissões de gases poluentes. É também frequente o uso de materiais considerados ecologicamente correto como os reciclados ou os oriundos de projetos sociais. Depois de tudo; ainda há um estudo detalhado de como se portará a construção e de como serão tratados os resíduos gerados por ela; de forma a não afetar (ou reduzir drasticamente esse efeito) no ambiente que circunda o imóvel.
Através desses cuidados, a arquitetura sustentável procura elaborar prédios que sejam cada vez mais eficientes energeticamente. Assim, não é incomum a utilização de materiais alternativos e totalmente diferenciados do que se encontraria numa construção “não sustentável” nas áreas de iluminação e ventilação do prédio. A energia solar ou a eólica, dependendo da localidade em que se encontra a obra, são frequentemente adotadas como formas limpas e de emissão praticamente zero; podendo assumir parte ou a totalidade da responsabilidade por esses itens.
Um cuidado especial é dado ao posicionamento da casa e a disposição das janelas conforme o deslocamento do sol no horizonte e a direção do vento. O uso de vidros duplos é também um aliado importante para garantir que a casa seja bem iluminada ao longo do dia pela luz do sol sem, no entanto, permitir que o calor se instale. Esse procedimento é responsável por uma economia enorme de energia que seria gasta na iluminação e na refrigeração desses lugares.
Outro item importante para a arquitetura sustentável é a utilização racional da água nos empreendimentos. Uma questão definida como básica, é o aproveitamento da água da chuva para regar plantas e jardins; lavar as áreas externas e ser usada nas descargas sanitárias. Desta forma, a economia de água é absurda e pode chegar até a trinta por cento em relação a uma construção “normal”.
A arquitetura sustentável também tem profunda preocupação com o destino correto dos resíduos gerados na própria obra. Para isso, preconiza que os entulhos oriundos da construção podem ser usados como aterros; na fabricação de tijolos e o restante pode ser reciclado de várias outras formas e aplicado de inúmeras maneiras diferentes. Reduzindo os custos e a necessidade de descarte desses resíduos nos aterros sanitários (ou até pior; de forma errada e perigosa para o meio ambiente).
Seguindo todos os parâmetros e mantendo-se dentro das especificações da arquitetura sustentável, os prédios são avaliados e recebem um selo de acordo com os parâmetros de sustentabilidade adotados na construção. Desta forma, valoriza-se o imóvel e garante-se uma vida plena e menos estressante para toda uma comunidade. Tudo isso, graças à arquitetura sustentável. Fonte: ecologiaurbana
Quem nunca sonhou em ter sua própria casa na árvore? Muitos quiseram, poucos realizaram. Luciano Pia levou o sonho a sério depois de adulto ao construir o edifício 25 Verde, feito para fugir do cenário urbano e da poluição de Turim (onde foi construído).
O prédio conta com 150 árvores que são capazes de absorver cerca de 200 mil litros de dióxido de carbono por hora, além de não permitir que as impurezas entrem, cria uma camada capaz de manter o ambiente mais silencioso. As árvores ainda são responsáveis pela criação de um microclima próprio na região, que mantém a temperatura estável durante todo o ano, evitando temperaturas extremas.
Ramas de uma grande árvore que sustentam os cinco andares de apartamentos, se encontram na fachada da construção, como grande jardim vertical. Resultando num visual cheio de estilo, ecológico e funcional.
Confira as fotos:
Fonte: hypeness
Sem a necessidade de muito espaço, os arquitetos dos estúdios Foundry Architects e Boneyard conseguiram conciliar valor estético e conforto a sustentabilidade. Em um “caixote” de 3m x 6m, os projetistas conseguiram encontrar soluções para tornar um espaço muito pequeno em um ambiente confortável para duas pessoas viverem. O resultado foi uma micro casa com design inteligente e bonito que não abre mão do baixo custo e da eficiência.
A Minim House procura reinventar o modelo de moradia e propor uma otimização de todos os espaços de um ambiente. Através de um projeto de loft quase sem paredes foi possível reunir tudo o que um casal ou mesmo um solteiro precisa para viver com conforto. Nos 64 metros quadrados de espaço construído, foram incluídas uma sala, escritório, cozinha e banheiro, além de uma cama de casal e uma mesa de jantar retráteis para uso apenas quando necessário.
Construída com peças pré-fabricadas, a casa levou pouco tempo para ser montada, além de gerar poucos resíduos com a obra, já que a montagem é feita por peças sob medida. O ambiente interno é isolado acusticamente e iluminado na maior parte do dia de forma natural. As janelas e portas são transparentes para aproveitar a luz do sol e reduzir o consumo energético. Além disso, como forma de deixar a casa ainda mais eficiente, foram instalados painéis solares com capacidade de 960 watts e um sistema de captação de água da chuva de 290 litros com tratamento de água incorporado.
Além do design flexível e os sistemas de aproveitamento de água e geração de energia limpa, a Minim House apresenta outra novidade. Suas peças são destacáveis fazendo com que a casa possa ser desmontada e montada novamente em um outro local.
O projeto conquistou o prêmio do Instituto Americano dos Arquitetos e vem sendo elogiado por diversos críticos e estudiosos da área. Veja abaixo a galeria com um tour pela Minim House
Fonte: arquiteturasustentavel
Os containers são a bola da vez no que diz respeito a arquitetura e design na hora de construir novos espaços. A ideia sustentável, pois reduz o impacto ambiental, está dando as caras no Brasil, que agora é sede do maior hostel em containers marítimos do mundo. O Tetris Hostel, em Foz do Iguaçu, foi concebido de forma funcional e criativa, com estrutura formada por 15 containers em mais de mil metros quadrados.
Com capacidade total para 70 pessoas, os quartos são privativos ou compartilhados, cozinha compartilhada, lounge, piscina, varanda, jardim interno, bar e estacionamento gratuito. Além disso, tem como ponto alto um deck e dois amplos terraços, ideais para ver o pôr do sol.
Entre os recursos sustentáveis, baseados na proposta dos 3R’s – reduzir, reutilizar, reciclar – existe a captação da água da chuva, reutilizada nas descargas dos banheiros e todo efluente gerado nas pias, chuveiros e sanitários do hostel é tratado no local por um sistema eco-friendly chamado zona de raízes, onde as plantas fazem a filtragem da água que, na sequência, é utilizada para regar os jardins.
O telhado verde reduz a temperatura interna, enquanto a piscina é aquecida por um sistema de aquecimento solar. A decoração descolada e colorida torna o ambiente ainda mais agradável.
Fonte: nômades digitais
Todas as fotos © Tetris Hostel
Com a necessidade cada vez mais frequente de encontrar fontes alternativas de energia, algumas atividades, antes realizadas sem qualquer preocupação com questões ecológicas, precisam ser adaptadas. Construir uma casa, por exemplo, é uma delas.
Foi pensando nesse tipo de necessidade que o designer francês Philippe Starck desenvolveu um modelo de casa pré-fabricada que gera 50% mais energia do que consome. O protótipo já está pronto e, mesmo tendo diversas opções tecnológicas, foi desenvolvido para ser acessível e chegar ao maior público possível, conforme informado pelo próprio arquiteto.
A primeira residência foi apelidada de Monffort e faz parte da linha PATH, feita em parceria com a Riko, uma das principais fabricantes europeias de casas de madeira pré-fabricadas. Starck também informa que a coleção possui quatro tipos diferentes de residência, com 34 tipos de plantas diferentes. Além disso, elas foram pensadas para utilizar apenas 1/3 da energia gasta em uma casa tradicional.
Um dos itens sustentáveis importantes usados pelo francês no projeto é a cobertura de cornija, que vai muito além da estética. A forma aplicada à superfície da casa protege o sistema que produz e distribui a energia, evitando perdas no processo.
Os clientes que optam por uma casa dessa coleção podem escolher quais tecnologias deseja aplicar para produzir energia. É possível usar painéis fotovoltaicos, turbinas eólicas, acrescentar sistemas de captação da água da chuva, usar energia solar par ao aquecimento da água, bombas de calor, entre outras coisas.
No exterior, a casa possui grandes vidraças, que ajudam a aproveitar melhor a iluminação natural. Os tamanhos disponíveis variam de 140 a 350 metros quadrados, com opções de até oito quartos, escritório e jardim de inverno. O arquiteto garante que a construção é feita com materiais que geram poucos resíduos e são entregues aos clientes em até seis meses.
Fonte: Ciclo Vivo
“O tema da sustentabilidade parece ter realmente entrado na “moda” dos arquitetos contemporâneos, vide a proliferação de projetos intitulados “verdes”. Mas será que todas estas obras são realmente sustentáveis, ou é apenas mais um rótulo determinado pela banalização comercial de um tema tão importante.
Toda obra de arquitetura, de uma forma ou de outra tem impactos sobre o meio ambiente do nosso planeta. Ao escolhermos materiais e processos construtivos, estamos elegendo ações que irão estabelecer conseqüências ao entorno construído, e estas conseqüências podem ser benéficas ou não.
Um edifício sustentável não é aquele que apenas capta água da chuva, ou utiliza aquecimento solar no sistema de água. A sustentabilidade deve ser tratada de forma mais profunda, abrangendo todas etapas da construção de um edifício, ou seja, deve ser uma decisão de projeto extremamente ampla.
Ao definir os revestimentos de determinado edifício, por exemplo, o arquiteto deveria conhecer de forma profunda cada material que está sendo empregado na obra. Estes elementos são geralmente extraídos da natureza, sofrendo transformações para se adequarem a determinada função. Isto gera gastos de energia e emissões associadas que muitas vezes são prejudiciais ao meio ambiente, sem contar no desconhecimento quanto a requisitos de manutenção, demolição e reciclagem do produto.
O que quero dizer com isso é que todas as decisões de projeto deveriam ser estabelecidas a partir de critérios globais, e não apenas visando a estética do artefato arquitetônico.
A questão da energia é, de todos os critérios que envolvem uma obra, uma das mais importantes para a manutenção de uma boa qualidade de vida. A atual escassez dos recursos naturais do planeta faz com que este seja um tema merecedor de crescente atenção. Os edifícios consomem uma boa fatia da produção energética de cada país. Melhorar sua eficiência deve ser um dos principais objetivos do arquiteto.
Entretanto, um dos maiores problemas para que este tema tenha um avanço significativo, é a falsa impressão de que a adequação do desenho de um edifício à características que proporcionem uma melhor eficiência energética, geram um aumento significativo de custos de construção.
Pelo contrário, através de simples estratégias de projeto, é possível estabelecer um objeto volumetricamente simples e funcionalmente eficaz, onde a disposição dos espaços obedece a uma regra que visa fundamentalmente a utilização racional da energia natural.
Por mais lógico que possa parecer, um projeto de arquitetura deve resultar de ações que visem a manutenção e o reaproveitamento dos recursos naturais do planeta, auxiliando de forma contundente na construção de um ambiente que se sustente de forma plena.”
Segundo o arquiteto paraguaio Solano Benítez, um projeto de arquitetura sustentável depende sempre do ponto de vista do arquiteto, pois os elementos e materiais sustentáveis precisam de criterioso processamento dos profissionais. Segundo ele, uma arquitetura que busca seguir a preservação ambienteal é “uma imaginação que vai servir de suporte para as próximas cidades, para um próximo tempo”.
Benítez esteve em São Paulo para o lançamento de livro sobre o seu trabalho e durante palestra discutiu um projeto de habitação e ocupação para uma comunidade de camponeses em um terreno paraguaio localizado a 15 km da fronteira com o Brasil, quando foram considerados não apenas o conhecimento e os costumes da população local, mas também os elementos naturais do ambiente.
No evento foi relatada ainda outra proposta do escritório de Benítez, da arquiteta Glória Cabral, que analisou como se daria uma conexão entre a cidade de Assunção e um terreno no lado oposto do Rio Paraguai. A arquiteta detalhou de forma avançada como seriam a instalação de um porto no rio e a construção de um sistema de transporte coletivo conhecido como Maglev (Magnetic Levitation).
Como os “consumidores” são frequentemente confrontados com decisões de estilo de vida que podem impactar o meio ambiente, existem algumas opções nesta vida que podem fazer uma grande diferença no que a qualidade de vida será para aqueles que nos seguem. Indo com o fluxo de nossa cultura é difícil evitar, e, infelizmente, o fluxo não está na direção certa para a evolução de um futuro sustentável. Uma das escolhas mais importantes que qualquer um de nós fará é o tipo de casa em que vivemos vamos colocar para vocês algumas matérias sobre os princípios de arquitetura sustentável, que podem orientá-lo em suas escolhas de habitação.