Japão começa a construir a maior usina flutuante de energia solar do mundo

Nem todos os países têm a sorte do Brasil de ter recursos naturais capazes de gerar energia. O Japão, por exemplo, costuma confrontar-se com obstáculos quando este é o assunto. Além de ter pouca extensão territorial, a ilha é tomada por relevos irregulares, condições que forçaram o país a buscar soluções inovadoras e futuristas de abastecimento energético, para suprir a demanda da sua população de cerca de 127 milhões de pessoas.

Assim nasceu o projeto da Kyocera e da Century Tokyo Leasing, que prevê a construção de 51 mil painéis flutuantes para abastecer cerca de 5 mil residências até março de 2018. Quando a obra, que começou a ser erguida no início de 2016, ficar pronta, ela se tornará a usina de energia solar flutuante mais potente do mundo.

A iniciativa teve início em 2014, quando órgãos públicos ligados à prefeitura do município de Chiba lançaram um anúncio procurando empresas capazes de construir e operar uma usina elétrica flutuante, constituída por painéis solares. A ideia inicial era reduzir o impacto ambiental, causado pelos métodos tradicionais de obtenção da eletricidade.

Aos poucos, cada um dos 51 mil painéis está ocupando seu lugar pré-definido sobre as águas do Reservatório Yamakura, localizado a cerca de 70 km de Tóquio. A instalação final deverá produzir pouco mais de 16 mil megawatt-hora por ano – o suficiente para abastecer quase 5 mil residências da região. Tudo isso de um modo para lá de sustentável, que inclusive tem parte ativa na preservação do equilíbrio do meio ambiente. A superfície resultante do projeto terá como consequências periféricas a redução da evaporação da água do reservatório e a desaceleração do crescimento de algas nas áreas sombreadas.

Vale ressaltar que depois de conviver com desastres relacionados à produção de energia elétrica, como os vazamentos radioativos de Fukushima, o Japão passa a voltar seus esforços científicos e de engenharia para soluções ecologicamente corretas. Parece que renascer ainda mais forte é mesmo um traço marcante do Japão.