Carros durante um mês estão proibídos de circular no bairro em cidade da Coreia do Sul

Você aceitaria o desafio de trocar o carro, ônibus ou moto pela bicicleta por 30 dias? Durante o EcoMobility World Festival, congresso que debate a mobilidade sustentável nas cidades, o bairro de Haenggung-dong, em Suwon, na Coreia do Sul, abandonou todo e qualquer tipo de veículo que emitisse carbono. Os 4.300 habitantes da região aceitaram tentar viver apenas com meios de transporte sustentáveis e o desafio parece não ter sido tão impossível.

Nesse período, a prefeitura de Suwon investiu cerca de 9 milhões de euros para preparar a região para o transporte “limpo”. Foram criadas estações com bikes gratuitas, árvores foram plantadas para tornar as vias mais agradáveis e mais de 500 bicicletas foram distribuídas em escolas e escritórios.

Enquanto isso, cerca de 1.500 carros ficaram parados na garagem. E se você acha que a população sentiu falta deles, está enganado. “Assim como muitos outros, em um primeiro momento eu não imaginava que fosse possível viver sem carros“, afirmou um morador. Mas com os resultados do experimento, foi fácil entender que os benefícios do transporte sustentável pagam o conforto que se deixa de lado.

Após 30 dias sem carro, Haenggung-dong se tornou um bairro com ar perceptivelmente mais limpo, com menos barulho e com muito menos acidentes. Realizado em setembro de 2013, o encontro durou apenas três dias, mas a forma com que ele afetou esse bairro dura até hoje.


Em 2014, os carros circulam normalmente nas ruas, mas há um cuidado extra e um incentivo a mais para as bikes. Em muitas ruas, o estacionamento foi completamente proibido, o limite de velocidade padrão foi reduzido a 30 km/h e as melhorias de ciclovias continuam. Com iniciativas como essa, Suwon planeja reduzir suas emissões de carbono em 40% até o ano 2030.

As cidades não precisam participar de desafios intensos como o do bairro de Haenggung-dong para entender a importância do transporte “limpo”, mas é incrível entender como essa experiência, tida por muitos como maluca, conseguiu mudar a cultura do carro na região.