Valorizar o que é de casa é primordial – Oscar Niemeyer

Quando comecei arquitetura, fiquei encantada com a Bauhaus   – é lógico que eu tinha uma tendência focada nas artes mais do que na própria arquitetura, pois naquela época eu conseguia “separar conhecimentos”- eles eram poucos e assim, fáceis de serem distinguidos.

“Criemos uma nova guilda de artesãos, sem as distinções de classe que erguem uma barreira de arrogância entre o artista e o artesão”, declara o arquiteto germânico Walter Adolf Gropius (1883 – 1969), quando inaugura a Bauhaus, em 1919. Criada com a fusão da Academia de Belas Artes com a Escola de Artes Aplicadas de Weimar, Alemanha, a nova escola de artes aplicadas e arquitetura traz na origem um traço destacado de seu perfil: a tentativa de articulação entre arte e artesanato. Ao ideal do artista artesão defendido por Gropius soma-se a defesa da complementaridade das diferentes artes sob a égide do design e da arquitetura. O termo bauhaus – haus, “casa”, bauen, “para construir” – permite flagrar o espírito que conduz o programa da escola: a idéia de que o aprendizado e o objetivo da arte ligam-se ao fazer artístico, o que evoca uma herança medieval de reintegração das artes e ofícios.”

Além disso, a arquitetura Bizantina, mais a Gótica me levavam a emoções incríveis – Tive um professor que nos impressionou com as construções do Egito, garantindo que ele mesmo havia vivido lá “em vidas passadas”
– Art Noveau foi o máximo para mim com aquelas formas orgânicas todas e, no cansaço delas, a Art Decó e a Arquitetura Moderna caracterizada por um forte discurso social e estético de renovação do ambiente de vida do homem contemporâneo. Esta forma de ver vem da  idealização, fundação e evolução da escola alemã  Bauhaus: dela saem os principais nomes desta arquitetura. A busca de uma nova sociedade, naturalmente moderna, era entendida como universal: desta maneira, a arquitetura influenciada pela Bauhaus se caracterizou como um algo considerado internacional (daí a corrente de pensamento associada a ela ser chamada de “international style”, título vindo de uma exposição promovida no MoMA de Nova Iorque).

Neste período de estudante de arquitetura, a juventude idealista e a paixão pelo ver e viver, me fizeram viajar pelo Brasil de automóvel – Conheci o Rio Grande do Sul inteiro e comecei a subida – No Paraná, em Curitiba, tive a oportunidade de conhecer a obra arquitetônica e toda a “engenharia de palco com os elevadores e etc…” do fabuloso Teatro Guaira, o que mudou o foco de minhas viagens – Ver obras de arquitetos virou meu principal motivo – Assim, acabei indo `a Brasília, Belo Horizonte… enfim, persegui as obras do nosso Oscar Niemeyer.

Dentro de minha faculdade, minha paixão nova, não ecoou com o mesmo tom!…
O mundo inteiro se curva, “assim como suas obras”, por ele. Nenhum Brasileiro foi tão distintamente estudado e valorizado fora do Brasil como ele e nenhum arquiteto do mundo coleciona tantas obras de valor – sei que muitos arquitetos “conseguem se formar” sem nunca ter ficado em frente à uma obra deste mestre – isso é lamentável!!!


Hoje vi uma homenagem à ele feita por Holandeses… linda!!! Em qualquer momento, em qualquer lugar, obrigada pela sua vida e obra – Feliz Aniversário de 100 anos, que você seja eterno. (Laci Todeschini – Arquitetura 1979)