Recebi um interessante e-mail com um projeto surpreendente. Vale a pena conferir!
Este é um projeto urbano executado na cidade de Zadar, na Croácia e faz parte de um complexo sistema de reurbanização da costa desta cidade. Situado na costa de Zadar, uma cidade da Croácia, encontramos o Órgão do Mar. Este projeto é composto por um sistema de degraus cravados em rochas que têm no interior um interessante sistema de tubos que, quando empurradas pelos movimentos do mar, forçam o ar e, dependendo do tamanho e velocidade da onda, criam notas musicais, sons aleatórios.
Criado em 2005 ganhou o prémio europeu para espaços públicos (European Prize for Urban Public Space). O Órgão do Mar recebe turistas de várias partes do mundo, que vêm escutar uma música original que dá muita paz. O lugar também é conhecido por oferecer um belo pôr-do-sol, o que agrada ainda mais às pessoas que visitam a localidade. Zadar é uma bela cidade do litoral da Croácia e foi duramente castigada durante a 2ª Guerra Mundial. A criação do Órgão é também uma iniciativa para devolver um pouco do que o lugar perdeu com tanta destruição e sofrimento.
É interessante observar a estrutura interna das ‘escadas’. O detalhe das cordas e notas musicais, que somadas à energia das ondas, criam sons. As lacunas no concreto servem para o Órgão ‘respirar’ e também para levar os sons criados nos tubos. Um belo projeto, onde poucos elementos adquirem um máximo efeito.
Para ouví-lo, clique aqui:
Creio que uma das principais conseqüências da arquitetura esteja no impacto que a mesma provoca no ambiente, pois independente de sua qualidade, transforma de forma intensa o meio onde é construída.
Se o estabelecimento de um artefato arquitetônico isolado já é uma tarefa extremamente difícil, a integração do mesmo com alguma edificação pré-existente torna-se muito mais complicada, na medida em que aquilo que já existe deva estar em sincronia com o novo, para que as relações entre ambos edifícios seja fértil, complementar e qualitativa.
A restauração do Moinho Colognese, localizado no centro de Ilópolis é um dos exemplos mais elogiáveis nesse sentido.
Construído para abrigar o Museu do Pão e a Escola de Panificação, o edifício anexo ao Moinho é de autoria dos arquitetos Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci da Brasil Arquitetura e prima pela excelência em sua construção, pelo rigor da sua volumetria e, principalmente, pelo respeito à construção existente, na medida em que a maior virtude do novo edifício é fazer com que o antigo Moinho se destaque no conjunto.
Para isso, ao invés de projetarem o anexo a partir de uma mimese barata, intenção inicial dos clientes no falso intuito de “manter o estilo” da antiga edificação, os arquitetos decidiram construir um objeto extremamente contemporâneo que, sem deixar de integrar-se com o meio, se estabeleça a partir de uma identidade própria altamente qualificada.
Através de uma pureza espacial e uma volumétrica elogiável, utilizando materiais sóbrios e fartamente encontrados no local, além de uma técnica construtiva simples, o projeto do Museu do Pão é um dos melhores exemplos de uma arquitetura autenticamente moderna, onde a qualidade do projeto reside nos detalhes e na relação entre as partes do conjunto e não na espetacularização isolada do novo edifício.
Toda obra de arquitetura, de uma forma ou de outra tem impactos sobre o ambiente. Na escolha de materiais e processos construtivos são estabelecidas conseqüências quanto a métodos de extração dos seus componentes, aos mecanismos da sua transformação, a gastos de energia e emissões associadas, e posteriormente quanto a requisitos de manutenção, demolição, reciclagem. No entanto, raras vezes essas preocupações são consideradas por aqueles que promovem os edifícios ou pelos técnicos que os projetam.
O ambiente construído é um bem relativamente duradouro. Todas as decisões de projeto devem ser estabelecidas a partir de critérios globais, e não apenas visando a economia dos custos da construção.
A questão da energia é, de todos os critérios que envolvem uma obra, uma das mais importantes para a manutenção de uma boa qualidade de vida. A pressão exercida pelo preço dos combustíveis, as flutuações na oferta e as considerações ambientais que lhe estão associadas, faz com que este seja um tema merecedor de crescente atenção. Os edifícios consomem uma boa fatia da produção energética de cada país. Melhorar sua eficiência deve ser um dos principais objetivos do arquiteto.
Entretanto, um dos maiores problemas para que este tema tenha um avanço significativo, é a falsa impressão de que a adequação do desenho de um edifício à características que proporcionem uma melhor eficiência energética, geram um aumento significativo de custos de construção.
A Casa DT, projetada pelo arquiteto Jorge Graça Costa, situada em Oeiras, Portugal, é um exemplo interessante de um projeto que reflete na sua base muitas destas preocupações, pois demonstra de forma exemplar como a eficácia energética resulta não tanto da exibição de meios – tecnológicos ou materiais – mas da sua capacidade em responder racionalmente às muitas exigências que a vivência humana lhe coloca.
A partir de uma volumetria extremamente simples e compacta, a disposição dos espaços internos obedece a uma regra que visa fundamentalmente a utilização racional da energia natural. Desta forma, não surpreende que o pavimento superior esteja parcialmente projetado sobre o térreo, pois esta disposição permite o sombreamento do pavimento inferior sem interferir na luminosidade destes ambientes. Além disto, todas as fachadas do edifício foram concebidas a partir de um estudo minucioso da incidência do sol sobre o objeto, de forma a promover uma maior eficiência térmica aos espaços internos.
Por mais simples que possa parecer, o fundamental desta estratégia é que o resultado plástico do edifício não foi um mero acaso, ou uma simples busca por um formalismo artificial, mas surgiu da necessidade de prover conforto à edificação. Com extrema simplicidade, sentido de economia e racionalidade, a Casa DT é um exemplo de que a arquitetura pode e deve ser funcional, sustentável e, acima de tudo, bela.
Buscando levar mais “verde” e ar fresco para a vida entre quatro paredes nas grandes cidades, trazemos aqui algumas ideias de designers que propõem soluções ecológicas inusitadas para incorporar a natureza em ambientes domésticos e/ou corporativos. Confira:
Horta de teto:
Que tal ter um pequeno jardim pendurado no teto de casa? O designer José de la O criou uma luminária que funciona como uma horta. Apelidada de “Vicky”, a peça utiliza uma lâmpada especial que ajuda as plantas crescerem, tornando-se assim um recurso para o cultivo de alimentos em ambientes urbanos que têm pouco espaço. A base do terrário pode ser plantada com uma mistura de solo e musgo, e pode acomodar uma variedade de plantas vegetais de pequeno porte ou ervas aromáticas como alecrim, manjericão ou salsinha.
Dois em um:
Equipamentos de exercício não são nada decorativos, mas três designers franceses pretendem mudar isso com sua criação Green Wall Arceas. Quando fechado, o aparelho faz as vezes de uma parede móvel com encaixe para suas plantas favoritas. Mas quando aberto, vira uma verdadeira máquina de exercício multiuso, com puxadores e barras ao longo da estrutura que ajudam a alongar e fortalecer os músculos, além de um tapetinho de yoga para atividades no chão. Sem contar que é super discreto, ocupando pouquíssimo espaço no cômodo.
Lustre ecológico:
O designer Omer Arvel, da empresa canadense Bocci, é o criador deste lustre branco e moderno que une sofisticação com toque fresco dos componentes naturais. A luminária é feita de esferas de vidro com espaço para lâmpadas e também para a introdução de plantas rasteiras, que ficam penduradas delicadamente.
Ecossistema de escritório:
Pensando em algo que pudesse unir a funcionalidade de um item de escritório, com arte e também natureza, o designer de peças Deger Cengiz criou o Dino Desk Lamp. Trata-se de uma luminária de mesa com espaço que tanto pode servir para colocar canetas e lápis, ou, para acomodar uma muda de planta. O “Dino” do nome é uma alusão à criaturas pré-históricas – segundo seu criador, o pescoço da lâmpada lembra o de um dinossauro. Tem mais, a haste é flexível e ajustável a alturas variadas.
Morada verde:
Precisando de algumas plantas para sua parede? Esses bolsões verdes da designer Maruja Fuentesare montados a partir de materiais reciclados é uma das soluções mais descontraídas. O objetivo é criar a ilusão de que as plantas estão crescendo a partir da instalação na parede, o que dá a senação de que a natureza está integrada com o ambiente. Além do visual clean, a parede vegetada ajudar a purificar o ar de casa.
Mesa musgo:
Durante o Salão de Design de Milão, a dupla Alex Driver e Peralta Carlos apresentou um produto-conceito inovador chamado “Moss Table”, ou Mesa Musgo. O projeto baseia-se na biotecnologia fotovoltaica (BPV, na sigla em inglês) que aproveita o excedente de energia gerada no processo de conversão natural da luz realizado pelas plantas – a fotossíntese – para gerar energia. A base da mesa, onde ficam potinhos de musgos, conta com uma variedade de dispositivos BPV que captam a energia desperdiçada na fotossíntese e geram energia suficiente para abastecer um pequeno relógio digital.
Mesa-solo:
Ori Mishkal, um estudante de design de Jerusalém, resolveu trazer a natureza para dentro de casa de uma forma no mínimo divertida, invertendo a posição tradicional que as samambais ocupam. Ao invés de penduradas no teto ou na parede, elas foram incorporadas a uma mesa especial para ficar de ponta-cabeça. A criação chamada de “Mesa-Solo” serve apenas para decoração.
FONTE: casa.com.br
Esta bela casa para um casal contemporâneo minimalista faz uso do espaço negativo de forma esplêndida. A localização da casa no terrono torna o projeto de uma dramaticidade impar, pois é caracterizado por uma encosta íngreme e uma árvore de chá única. Sua localização permitiu o projeto de se tornar uma exploração em que encerra os rituais básicos da vida doméstica dentro de formas de construção contidas.
Preservar hoje, para ter sempre: é este uma das metas da construção do Piazza San Marco. Investindo na valorização das pessoas através da preservação da história e dos preceitos da sutentabilidade, os efeitos e consequencias da ecologia verde já começam a aparecer por aí. Com um projeto racional e com foco na Arquitetura Verde, o empreedimento visa garantir um ambiente para o melhor viver das pessoas.
Nos últimos anos, surgiram inúmeras maneiras de se praticar a sustentabilidade. Algumas pessoas já se conscientizaram de que o meio ambiente precisa ser respeitado e viraram adeptas da “Arquitetura Verde“: sinônimo de uma arquitetura que respeita a consciência ecológica. Podemos dizer que ela é a arquitetura deste nosso novo milênio. É educar quanto ao uso de placas de captação da energia solar, reutilização da água consumida, captação da agua da chuva para uso domiciliar e reciclagem do lixo.
Por sua vez, o conceito de “Arquitetura Verde” ou “Arquitetura Sustentável” consiste numa nova visão em relação à maneira de construir e reformar. Seu objetivo é minimizar o impacto dos edifícios para com a natureza, usando materiais, espaço e energia que respeitem o ambiente em que vivemos.
Apropriando-se do conceito de construir e reformar, a Casa Fischer – casarão eclético construído por volta de 1940 – que faz parte do empreendimento, está sendo totalmente reformada, preservando todo o estilo histórico da época. A Casa fará parte da área de lazer do Piazza San Marco. Além disso, os móveis do local serão feitos a partir das madeiras reaproveitadas das árvores retiradas do próprio terreno. Nada se perde, tudo se transforma!
Texto e fotos: Jeferson Saldanha Ramos (jornalista)
No dia 02 de outubro de 2012, alunos do 2º Ano do Ensino Médio da IENH realizaram uma visita guiada pela obra do Residencial Piazza San Marco. A visita faz parte da VII CIARTEC – semana das ciências, Artes e Tecnologia – que tem como objetivo promover e integrar projetos em diversas áreas.
No local, equipados de capacetes – item obrigatório em qualquer empreendimento desta dimensão – os estudantes foram recepcionados pela engenheira Bianca Andrade, que apresentou a história e desenvolvimento do projeto do prédio, sobretudo os preceitos que contribuem para a preservação do meio ambiente visando a sustentabilidade.
Na Casa Alles/Fischer – que está sendo restaurada para servir como centro de convivência e lazer – a restauração e preservação da estrutura da Casa construída originalmente nos anos 1940 foi lembrada. Além disso, a atenção dada ao reaproveitamento da água da chuva e da madeira das arvores derrubadas que serão reutilizadas na forma de móveis no local também foram lembradas como características de uma nova visão que os arquitetos e engenheiros vão aderindo cada vez mais às obras: a Arquitetura Verde, que tem como objetivo manter e preservar o que já existe, contribuindo para o bem viver dos futuros moradores do empreendimento.
De acordo com a professora Rosália de Mello, a experiência dos alunos da disciplina de Educação Financeira foi muito interessante. “Em nosso currículo, o tema sustentabilidade é sempre explorado e esta visita guiada, promovida pela parceria IENH e Athivabrasil contribui para a vida dos estudantes”. A professora ainda ressalta a importância que cada vez mais o jovem dá aos princípios sustentáveis. “A questão da preocupação para com o meio ambiente no lugar em que irão morar um dia, certamente será mais um fator determinante na escolha do imóvel”.
Dizem que os edifícios projetados pelo arquiteto alemão radicado nos EUA Mies van der Rohe, sendo ou não bem sucedidos, são sempre uma afirmação sobre o mundo e nunca simplesmente uma afirmação sobre si mesmo. Este talvez seja um dos principais motivos de sua inegável influência sobre a arquitetura mundial.
No ano de 1945, a física Edit Farnsworth encomenda a Mies van der Rohe uma residência de final de semana, que viria a ser construída em uma das suas propriedades localizada próxima a cidade de Chicago.
O desenho do projeto revela de forma sublime o resultado prático de um dos mais famosos lemas do arquiteto, “menos é mais”. Construída sobre oito colunas de aço, a casa parece flutuar sobre o terreno, resultando em um volume extremamente puro e leve. Porém, antes de ser visto como um capricho do autor, a elevação do edifício se fez necessária devido aos períodos em que o rio transborda, alagando grande parte da propriedade.
O edifício se organiza a partir de duas plataformas retangulares que, dispostas em níveis distintos, distribuem todo o programa residencial. Seu perímetro construído com painéis de vidro do piso ao teto expande o espaço interno em direção ao exterior.
A partir da comunhão desta profunda horizontalidade com a transparência absoluta, o espaço residencial flui de forma excepcional, compondo com a natureza um conjunto perfeitamente equilibrado. Os recursos mínimos, porém não menos complexos, são um dos principais motivos desta arquitetura.
Em resumo, desde uma perspectiva geral, poderíamos nos referir a casa Farnsworth como uma caixa retangular de vidro suspensa por uma superfície plana, idêntica a que lhe serve de cobertura.
Construída a mais de cinqüenta anos, a casa Farnsworth continua servindo de exemplo para inúmeros arquitetos de todo o mundo.
Autor: Rafael Spindler
O Arquiteto Rafael Spindler também é responsável pelo projeto racional, que incorpora alta tecnologia visando a sustentabilidade, o Residencial Piazza San Marco que estabelece um novo conceito de morar, onde, entre tantas outras coisas, a integração entre o passado e o presente determinam um ambiente inspirador.